domingo, 6 de setembro de 2009

Taizé II

No silêncio todos nós falamos a mesma língua.

Cheguei a Taizé com muitas dúvidas. Estou no meio desta viagem e continuo com as mesmas. Talvez porque as respostas que me foram dando não me convenceram, talvez porque não exista resposta para essas mesmas questões...

Mas não vou desistir. Para acreditar n´Ele tenho de senti-lo na sua totalidade, grandeza e em todas as suas dimensões. Não sei nem quero viver sem saber. Neste momento as meias palavras, as meias acções não me bastam. Quero fazer mais, dar mais, sentir mais, mas nesta minha jornada aqui ainda não descobri o caminho.

Os cânticos ecoam na minha cabeça e alma. Este silêncio que se faz pequeno na cabeça sonhadora que quer mais e mais. Procuro-Te mas não te encontro. E sofro por isso. Quero ser mais e dar mais. Porque não existe outra vida senão a de plenitude.

... Talvez a Tua luz recaia sobre mim...

Amo-Te! Nunca me deixes desistir de Ti!
Taizé, 26 de Agosto de 2009

Taizé I

Distâncias...
Para pensar, reflectir, observar com o distanciamento e discernimento que por vezes a convivência próxima não permite.
Tempo para reflectir sonhos, organizar desejos e descobrir.

Distância que permite recomeçar sem o medo de sermos julgados pelos nossos actos ou passado. Talvez seja por isso que me cativam estas experiências. Mas acima de tudo cativa-me poder (re)começar de novo a cada dia. Talvez por isso me entregue com dificuldade nas relações com os outros. Cativa-me o desconhecido, a página em branco, o livro por abrir, o início.
Venho a Taizé à procura de respostas que as experiências anteriores não me conseguiram ainda dar. Procuro uma razão para ser Católica e para acreditar n´Ele. Porque, como dizia a t-shirt de Taizé: "porque Ele é demasiado grande para só ter uma religião"

Cluny, 23 Agosto de 2009

Incêndios

Odeio incêndios. O cheiro a terra queimada e a fumo que me inundam as memorias de infância. Momentos em que permanecia de noite acordada e vigilante perscrutando o céu. Trazem aquele sentimento de abandono e de desespero que quem os experimenta tão bem conhece! Custa-me a acreditar como há pessoas que por maldade são capazes de atear fogos perto de habotações. A humanidade por vezes assume contornos de pura maldade. Por estes dias em Taizé descobri alguém que não acredita na pura maldade, nua e crua. Eu acredito. Já a vi e ainda a vejo...