quinta-feira, 1 de outubro de 2009

abismo

Nestes dias vivi aquele que posso afirmar como o pior dia da minha curta existência.


Só agora consigo escrever sobre ele. Estive a um passo do abismo e dei um passo ao lado. Continuo na mesma fragilidade tosca, e procuro viver com isso. Sem pensar muito que um dia vou ter de enfrentar o abismo. Desde a minha idade pré-escolar que o antevia, apesar de todos os que me rodeiam não parecerem conhecer o futuro. De mim nunca conseguiu ter segredos, conheço-o bem demasiado mas procuro esquecer...


Sempre me interroguei como me comportaria quando este momento chegasse... Acho que em momentos de crise, vem sempre ao de cima a nossa essência. A minha, reservada e tímida faz-me ficar a um canto a chorar enquanto tudo à minha volta gira... Já não há mais nada que possa fazer...

domingo, 6 de setembro de 2009

Taizé II

No silêncio todos nós falamos a mesma língua.

Cheguei a Taizé com muitas dúvidas. Estou no meio desta viagem e continuo com as mesmas. Talvez porque as respostas que me foram dando não me convenceram, talvez porque não exista resposta para essas mesmas questões...

Mas não vou desistir. Para acreditar n´Ele tenho de senti-lo na sua totalidade, grandeza e em todas as suas dimensões. Não sei nem quero viver sem saber. Neste momento as meias palavras, as meias acções não me bastam. Quero fazer mais, dar mais, sentir mais, mas nesta minha jornada aqui ainda não descobri o caminho.

Os cânticos ecoam na minha cabeça e alma. Este silêncio que se faz pequeno na cabeça sonhadora que quer mais e mais. Procuro-Te mas não te encontro. E sofro por isso. Quero ser mais e dar mais. Porque não existe outra vida senão a de plenitude.

... Talvez a Tua luz recaia sobre mim...

Amo-Te! Nunca me deixes desistir de Ti!
Taizé, 26 de Agosto de 2009

Taizé I

Distâncias...
Para pensar, reflectir, observar com o distanciamento e discernimento que por vezes a convivência próxima não permite.
Tempo para reflectir sonhos, organizar desejos e descobrir.

Distância que permite recomeçar sem o medo de sermos julgados pelos nossos actos ou passado. Talvez seja por isso que me cativam estas experiências. Mas acima de tudo cativa-me poder (re)começar de novo a cada dia. Talvez por isso me entregue com dificuldade nas relações com os outros. Cativa-me o desconhecido, a página em branco, o livro por abrir, o início.
Venho a Taizé à procura de respostas que as experiências anteriores não me conseguiram ainda dar. Procuro uma razão para ser Católica e para acreditar n´Ele. Porque, como dizia a t-shirt de Taizé: "porque Ele é demasiado grande para só ter uma religião"

Cluny, 23 Agosto de 2009

Incêndios

Odeio incêndios. O cheiro a terra queimada e a fumo que me inundam as memorias de infância. Momentos em que permanecia de noite acordada e vigilante perscrutando o céu. Trazem aquele sentimento de abandono e de desespero que quem os experimenta tão bem conhece! Custa-me a acreditar como há pessoas que por maldade são capazes de atear fogos perto de habotações. A humanidade por vezes assume contornos de pura maldade. Por estes dias em Taizé descobri alguém que não acredita na pura maldade, nua e crua. Eu acredito. Já a vi e ainda a vejo...

sábado, 15 de agosto de 2009

coisas de verão

A vida é um constante desafio. E as férias não podiam fugir da rotina. Testam-nos a paciência, as vontades, as poucas horas de sono, e colocam-nos desafios constantes. Férias que são férias terminam com uma data de provas. Às amizades que foram desenvolvidas, aos amores de verão, as conhecimentos que adquirimos.
Para mim acima de tudo é tempo de renovação, fim de um ciclo e inicio de outro. Por escolha própria. É hora de me dedicar a novos projectos que anteriormente delineei.
Certezas ficam de que passarei em todos os testes com distinção! Porque alio à força de vontade a perseverança necessárias neste período... A culpa é do meu superego hihi que como alguém disse é demasiado grande...
Irónico como coisas com as quais não tenho dúvidas e que aconteça o que acontecerem não vão mudar. Um amigo não deixará de ser amigo, só por montar um cavalo e nos vir resgatar declarando-se. Talvez o amigo cavaleiro me faça o favor de, sem saber, me tirar do castelo das dúvidas em relação a outras coisas... A vida continua...
E há tanta mais coisas que gostaria expressar mas que não devo... Porque as coisas mais preciosas guardamo-las para nós, como se o simples facto de as sussurrarmos lhes tirassem o encanto... Mas a beleza dos sentimentos reside no facto de serem complexos e por mais certezas que tenhamos ou que demonstremos há sempre algo que fica fragilizado em mim na abertura sincera de um coração encantado...
Bem, vou fazer as malas, por vezes as distâncias criam a clarezade que necessitamos para seguir em frente com as melhores opções...

domingo, 21 de junho de 2009

Lenda S.João Sobrado

Aqui vai a história da lenda da minha vila (Sobrado) que todos os anos neste dia reproduz a lenda, com a participação entusiástica de todos os habitantes.
Esta lenda, de características peculiares designa-se de bugiadas e tem raízes antiquissímas, não se conhecendo ao certo a sua génese, no entanto acredita-se que esteja ligada às comemorações do solestício de verão. Mas passemos à estória propriamente dita.

Conta-se que habitavam na serra de Cucamacuca ( Sta Justa) mouros ( mourisqueiros), provavelmente na extração do ouro, quando a filha do rei Mouro ( Reimoeiro) adoedeu gravemente.
O rei chamou todos os sábios e curandeiros da região afim de curarem a filha. Sem resultado. A jovem não melhorava.
O rei, muito poderoso e abastado, ao ver a princesa desfalecer, procurou todos os meios ao seu alcance para curar a filha, mas nem cientistas nem curandeiros conseguiram livrar a princesa da grave doença que a atacava.
Então soube que, perto do seu reinado, havia um povo de raça visigoda (bugios) que se dedicava aos trabalhos agrícolas e profanava a religião cristã, tendo como padroeiro S. João Baptista, que era muito milagroso.
O rei mouro, desesperadp, procurou o velho rei cristão e pediu-lhe que o deixasse interceder junto do Santo para curar a filha, prometendo tudo para conseguir os seus desejos
O Rei mouro, pediu a imagem emprestada aos bugios, que acederem ao pedido.
A princesa moura é curada.O rei mouro organiza então grandes festas em honra de S. João, mas recusa-se a devolver a imagem aos bugios. Mas a ingratidão do Reimoeiro vai mais longe, em almoço por ele oferecido, em jeito de afronta oferece aos bugios os restos do repasto.
O " caldo" estava entornado. Os bugios reclamam a imagem como sua, os mouros recusam-se a dá-la. Estala a guerra. São trocadas mensagens entre os dois reinos afim de se fazer a paz. Nada feito. Os Senhores doutores de Lei ( advogados), também intervêm e debatem as leis entre eles. Não chegam a acordo. trocam-se tiros entre os dois castelos.
O ambiente aquece. O Reimoeiro, farto do impasse em que se tornou a guerra, reúne o exército e toma o castelo cristão ( bugio) de assalto prendendo o Velho ( rei dos bugios).
Tudo parece perdido, sem a imagem e com o rei preso, a tribo cristã que pecou apenas pela sua generosidade, vê o seu fim perto, às mãos mouras. O rei cristão é levado. Só um milagre poderia salvar a tribo cristã e o seu rei.
Mas, eis que um reduto de bugios fieis ao rei surge, entre a multidão, trazem algo, uma serpe gigantesca que assusta os mouros ( fugindo deixando o Velho da bugiada para trás). Restitui-se a ordem inicial. Como sempre o bem triunfa.

Por isso já sabem, são todos bem vindos no dia 24 a Sobrado, vila de Valongo, para verem cumpridas as festividades em honra de S.João!
Até lá! :)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

coisas da vida

Hoje invade-me a revolta...
E assola-me o pensamento da estupidez que é escrever este blog... o mundo dos bloggers não estará porventura recheado de indivíduos mal-amados pela sociedade, que odeiam os empregos, não têm com quem falar e que por isso mesmo desabafam para um ecrã de meia dúzia de polegadas? E se eu não me revejo nisso porque continuo a escrever? Porque será que Anne Frank nos seus meses de clausura escreveu um diário? Por não ter mais nada de interessante para fazer? É uma boa explicação, mas quero pensar que algo superior passou pela cabeça da menina-mulher. Talvez o facto de sentir que todos os à sua volta estavam fartos de falar daquela realidade, para ela ter com quem discutir... Mas então de que falavam eles? Ou então, ela quereria apenas deixar um testemunho, talvez quem sabe pós-mortem, sobre uma simples menina. Talvez seja também por isso que continuo a escrever este blog, apesar de saber que daqui a poucos dias estarei demasiado cansada para sequer me lembrar do que postei aqui.
A vida é feita de coisas assim, tais como estas lágrimas... Sei o que se vai passar a seguir, resta-me juntar ao discernimento que sobra a vontade de preservar a integridade.
Assola-me ainda mais dois pensamentos nesta noite: o reencontro com o passado, que ouso adiar e a ideia de que as pessoas se contentam com pouco. Têm talvez, medo da solidão, e fazer escolhas baseadas nisso mesmo... Como diria a minha professora, o medo é fundamental, mas eu acrescento que depende do contexto...

sábado, 2 de maio de 2009

Além

O tempo passa implacável.
Um pouco de mim fica aqui, outro ali.
E sobre o manto da outra que nasce, ficam as memórias de um dia.
Sentimentos que emergem sempre em momentos de fraqueza como este, em que contemplamos a pureza e simplicidade.
Como se nos contagiasse e quiséssemos ser como tu.
Simplesmente tu.

Como se isso fosse fácil!
E largar tudo para trás só para te poder contemplar.

Vou-me deixar ficar mais um pouco aqui, para te ver a morrer e a nascer só mais uma vez, enquanto me embriagas com a tua luz, lânguida e sôfrega de memórias e recordações.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Go on

Depois de tanto tempo sem escrever veio a vontade de recomeçar... Até porque o sol convida a escrever na minha varanda :)

E reli o último post à procura de um fio condutor mas... realmente já mudou muita coisa desde então... Passou todo um estágio no hsj e novas experiências fora deste. Abriram-se novos horizontes e fecharam-se alguns. Mas o balanço é positivo: mantenho o que quero manter e o que verdadeiramente faz-me sentido neste momento. Pus o ponto final em algumas destas situações, mas já não sofro como dantes. É preferível enterrarmos algo que nunca sequer existiu, ou quero vê-lo como dessa forma...

Termina com um presente, não dos envenenados, mas como um saudoso olhar sobre os bons tempos passados nessa companhia, as novas descobertas e as noites em claro passadas simplesmente a falar...

Presente que ainda não foi desembrulhado e que pára caído sobre o sofá à espera que o seu dono sinta curiosidade em o abrir...

O que fica? O som do mar de inverno numa boa companhia, a partilha de confidências que só ao coração se confessam, a descoberta que as distâncias físicas não importam enquanto existir amizade... Contigo cresci e só isso me importa... O futuro? Não sei mas fica a certeza de que nos moldámos e mudamos um ao outro...

sábado, 17 de janeiro de 2009

mundo cor-de-rosa

As pessoas mudam. Mas há coisas que se revelam estranhamente sempre as mesmas e que põem à prova a nossa vontade de mudar. Uma flor nunca deixará de ser uma flor, mas vêmo-la diferente quando estamos apaixonados por exemplo... O importante é não nos esquecermos de que os outros não são obrigados a mudar ao sabor da maré, na mesma medida em que nós mudamos... O mundo não passa a ser cor-de-rosa pelo simples facto de colocarmos uns óculos dessa cor. É verdade que muitas vezes escolhemos o que queremos ver mas... E quando não sabemos o que queremos ver? Quando as coisas de antes deixam de fazer sentido? É experimentar novos caminhos... Não se perde nada, só se ganha em experiência... É? Veremos... Depois conto como resultou...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

altruismo vs egoismo

Descoberta do dia... altruísmo pode ser substituído por egoísmo! Fazermos bem para nos sentirmos melhores conosco mesmos e com o mundo! :)

p.s: surpresas pairam no ar.... xD

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

linguagem

Estudos demonstram que 90% da linguagem que utilizamos no nosso dia-a-dia é não-verbal...
E quem sou eu para desconfiar? ;)